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quinta-feira, 22 de maio de 2014

O Segredo Sagrado Parte IV

Agnus Dei
Mais um conto de Peter Cummer da série Segredo Sagrado.
por Peter Cummer
Morar numa comunidade menos favorecida financeiramente pode ter lá suas vantagens. Aqui na rua, computador ainda era um artigo de luxo para os moradores e, sabendo disso, resolvi colocar uma placa no portão de casa oferecendo serviços computadorizados: cartão de visitas, digitação de currículos, trabalhos escolares, etc.
Como havia previsto, deu super certo. A rapaziada em peso vinha me procurar para digitar um trabalho escolar aqui e ali, um currículo para emprego, etc. Nem preciso dizer que para alguns eu simplesmente deixava de cobrar o valor real do serviço em moeda corrente para cobrar de uma outra forma. E dessa forma, consegui provar boa parte dos rapazes da rua. É impressionante o fascínio que esses jovens de subúrbio exercem sobre mim. Talvez mesmo por isso eu tenha resolvido que meu lugar é aqui e não mais me arriscar a dividir apartamentos com amigos no centro da cidade. O legal é que os caras daqui são todos machos convictos, mas não recusam uma bela chupada (ou “bola-gato”, como eles diziam na época) de um homem de vez em quando.
Pois bem, as coisas caminhavam normalmente quando certo dia toca a campainha um sujeito meio mauricinho, de terno, bem bonito e com uns olhos azuis impressionantes. Ele se identificou como sendo o novo pastor de uma igrejinha protestante dessas que arrebanham um bom contigente da camada pobre de nosso já tão sofrido povo. Vinha, por indicação, fazer uma encomenda de uns serviços de digitação para sua igreja. Como de costume, levei-o para o matadouro, que é como chamava meu quarto e onde ficava o computador. Sinceramente não pensava em atacar o belo espécime ao meu lado, até porque o cara era pastor, ostentava uma puta aliança de noivado na mão direita e falava o tempo todo das “maravilhas que Deus pode operar na vida da gente”. Comecei a ficar meio puto com aquele discurso todo e tratei logo de mostrar-lhe que ele não estava falando com nenhuma de suas ovelhas mal informadas e sugestionáveis. Comecei a mostrar que tinha algum conhecimento de temas ligados à Teologia, à História, à Sociologia, à Literatura; enfim, que comigo o buraco era mais embaixo e que ele teria um pouco mais de trabalho para a lavagem cerebral a que estava acostumado a fazer nas pessoas. Logo logo vim a descobrir que o cara era burro feito uma porta.
Como de hábito, pus meu cliente sentado na minha cama ao lado do computador, enquanto eu digitava o trabalho que ele me havia encomendado. Essa posição é fantástica porque posso de vez em quando esbarrar nas pernas dos caras. E como ele havia me irritado, resolvi que deixaria meus pudores de lado e o atacaria da mesma forma que ataria um outro carinha qualquer da rua. Claro que com ele teria um outro sabor. O cara devia ter uns 1,80m, corpo robusto, mãos grandes, dedos grossos, cabelos negros e uma voz... que voz: voz de pastor mesmo. Ele me disse ter 28 anos. Pouco a pouco as esbarradas nas pernas dele foram ficando mais ousadas, embora eu sempre me desculpasse quando o fato ocorria. Ele parecia não se incomodar. Terminada a digitação do trabalho, mandei imprimir. Ao me levantar para retirar o papel da impressora, fingi ter me desequilibrado e me apoiei em seu colo para não cair. Detalhe: pousei minha mão exatamente sobre seu pau. O cara ficou meio sem jeito e disse apenas:
- Você quase se machuca e me machuca também.
Ao que eu respondi:
- Imagine seu eu iria machucar uma coisas dessas – e dei uma bela alisada na caceta dele.
Ele deu um leve sobressalto e disse que eu não deveria fazer isso. Ao que eu perguntei por quê. Ele quase começou um novo sermão sobre os desígnios de Deus, mas foi interrompido pela minha mão que mais uma vez tocou em seu pau, só que agora bem mais firmemente. Dessa vez ele se exasperou, disse que isso era pecado, que eu lhe estava faltando com o respeito e essas coisas, mas em momento algum fez menção de retirar minha mão que continuava a massagear seu belo pau, que aliás começava a dar sinal de vida. Percebendo que sua excitação era indisfarçável, ele começou a se justificar, dizendo que isso era normal, era efeito do toque de uma mão que não a dele sobre seu “membro”, que isso não significava nada, que eu não achasse que ele estivesse gostando, etc, etc, etc.
- Pois bem, se isso não significa nada pra você, também não vai significar nada se eu botá-lo pra fora e der uma bela chupada – falei já lhe abrindo o zíper e me impressionando com a bela picado pastor: branca, uma boa camada de prepúcio que, arregaçada, revelava uma cabeça macia e lustrosa; os pelos lisos como nunca vi, e aquele cheirinho maravilhoso de pau asséptico e bem cuidado.
Caí de boca naquele pau sob os protestos e a pregação inútil do pastor. Pouco a pouco, seu discurso foi mudando e comecei a ouvir algo parecido com gemidos misturados a fragmentos de sermão. Sentido que ele estava gostando, ousei um pouco mais. Abri seu cinto, retirei sua camisa, alisei seus peitos largos e peludos (meu Deus, que pelos!). Ele agora já havia esquecido todo discurso evangélico e de sua boca eu só ouvia gemidos de prazer. Lambia aquele pau o máximo que podia, ia da cabecinha ao saco, para depois engoli-lo até o fundo da minha garganta, deixando uma boa parte pra fora daqueles quase 20 cm. Abaixei suas calças e lambi seu saco e seu reguinho. Terminei de tirar sua roupa, deixando aquele homem todo nu no meu quarto. Tirei minha roupa também, e percebi que ele fitou meio que assustado minha pica dura e envergada para a esquerda - afinal são 19 cm de pica grossa. Derrubei-o na cama e vim por cima chupando-o da cabeça aos pés. Ele gemia e se contorcia. Parei mais uma vez em sua pica e ali fiquei feito um bezerro desmamado até quase ele gozar. Percebendo seu gozo iminente, levantei-me e vesti-lhe uma camisinha já sentando sobre aquela pica evangélica. O cara gritava alucinado enquanto eu o cavalgava. Mudamos de posição para frango assado e, depois, para de quatro. Ao anunciar que ia gozar, fiz com que ele retirasse o pau de dentro mim e esporrasse em meu rosto e peito, ao que ele atendeu prontamente. Os jatos vinham violentos, como violenta foi sua reação: ele segurava minha cabeça enquanto seus jatos quentes e copiosos soltavam daquela pica em brasa. Ao mesmo tempo em que ele quase gritava:
- Senhor, tende piedade de mim!
Ao ouvir tais palavras, não aguentei e gozei também lambuzando toda sua barriga. Nunca gozei tão gostoso! Um gozo de tesão vingativo, eu acho. Ele simplesmente desabou sobre mim e começou a chorar e me amaldiçoar. Calei-lhe a boca com um beijo que ele tentou a princípio recusar; mas que, após tudo que aconteceu, não tinha forças nem físicas, nem morais , nem espirituais para esboçar qualquer recusa. Ficamos assim por uns dois minutos, após o quê ele se levantou, se arrumou, pegou seu trabalho já pronto e disse estar eu possuído pelo “inimigo”, saindo e dizendo que oraria por mim.
Nunca mais voltou. Dias depois, o vi passando pela rua com noiva, mas ele simplesmente baixou a cabeça e nem me cumprimentou. Entendi e deixei pra lá. No meu íntimo eu sabia que uma coisa eu já havia provado a ele e a todos os hipócritas que disseminam o preconceito “em nome de Deus” e lembrei-me de uma canção da Elis, Agnus Sei : “Todos esses anos agnus sei que sou também/ Mas, ovelha negra, me desgarrei/ O meu pastor não sabe que eu sei da arma oculta em sua mão/ ...Meu profano amor, eu prefiro assim/ A nudez sem véus diante da Santa Inquisição”.

O Segredo Sagrado Parte III

Hugo, o Seminarista
Continuação da série “Segredo Sagrado” com a história do encontro e do reencontro com Hugo, um jovem seminarista pretendente ao cargo de pastor. Entre o encontro e o reencontro, muitas águas acabam rolando, e um enredo com muito sexo, hipocrisia e traição dão o tom deste novo conto do escritor Peter Cummer.
por Peter Cummer
Quando o maestro introduziu a música que abria a cerimônia, meu coração gelou. Todos pareciam muito emocionados, mas o que eu sentia era um misto de ansiedade e nervoso. Mas não tinha como hesitar. E entrei.
Pé ante pé, todos os casais seguiam muito impecáveis na sintonia, no ritmo e na elegância. E eu estava lá, menos preocupado com a Adriana, que me acompanhava, do que com o encontro que se aproximava. E eu sabia o que encontraria lá e, por isso mesmo, a situação me era extremamente desconfortável. Ele não sabia que eu estava entre os padrinhos. Era muito mais difícil que ele conhecesse cada uma das testemunhas do que elas saberem quem era o celebrante. E o celebrante era Hugo, o seminarista. Àquela altura, pastor. Quando cheguei próximo ao altar, não teve como evitar a troca de olhares. Ele se desconsertou, enquanto eu tentava a todo custo disfarçar o constrangimento promovido pelo reencontro. Dei de ombros, torci o rosto para outro canto e me posicionei com a Adriana na seção destinada aos padrinhos. Era o casamento da Natália, minha amiga de infância, a quem eu considerava como prima. Ela entrou linda, vestido marfim, impecável. Vestido discreto, retilíneo, destacando mais a grinalda e o véu que a própria roupa. Em suas mãos, um buquê de rosas vermelhas que chamava a atenção de todos os presentes, cada qual – como se tivessem ensaiado – levantava-se para admirar a beleza da noiva, que entrava sozinha na igreja.
– Melhor assim! – pensei – que a atenção de todos continue sobre a noiva. Tudo o que eu mais quero agora é ser uma formiga, invisível, imperceptível.
Ledo engano. Quando a cerimônia terminou e todos se encaminhavam para dar os cumprimentos aos noivos, foi inevitável que passássemos um pelo outro. Obviamente ele me viu entrar na igreja. Durante a cerimônia percebia as inúmeras vezes que ele se dirigia a mim com o olhar. Naquele momento em que ele não mais era obrigado a se prender aos protocolos da celebração, não mediu esforçou para vir falar comigo. Tentei evitar. Tentei sair pela lateral, mas a igreja estava lotada, sem chances. Percebi que ele me seguia, fugi. Ao vê-lo caminhando em minha direção, esquivei. Não teve jeito. O encontro foi inevitável. Hugo me pegou pelos braços disfarçadamente enquanto eu tentava sair pela porta, às escondidas, no meio da multidão. Apertou firme o meu braço e disse, sorrindo – não porque estivesse feliz, mas porque disfarçava seu incômodo – por entre os dentes:
– Espera. Eu quero falar com você.
Anos atrás havia acontecido aquele lance com o Elias, o filho do pastor. Eu tinha 16 anos e foi com ele que eu tive a minha primeira vez. Depois de algum tempo Elias se casou. Porém ele, por ainda estar preso a dogmas religiosos, provavelmente tem até hoje uma vida dupla. Meu caminho foi diferente. Com o tempo fui me libertando dessas amarras religiosas. Mas mesmo assim, ainda haveria de esbarrar outras vezes com pessoas mal resolvidas em sua relação pessoal com Deus. E o Hugo era uma dessas pessoas mal resolvidas que apareceram no meu caminho. Ele era irmão do diácono Joel, meu antigo professor da Escola Dominical. Hugo e eu éramos da mesma classe. Ele, sete anos mais velho que eu. Depois do episódio do Elias, acabei me afastando daquela comunidade religiosa. Mas eis que a roda da vida me jogou novamente para aquela igrejinha. A pedidos de minha mãe, voltei a freqüentar os cultos. Não porque tivesse vontade, mas mais para acompanhá-la em seu processo de cura interior, devido a uma crise depressiva que a abateu durante longos anos. Quando eu voltei a freqüentar a escola dominical, o diácono Joel tinha falecido. Para minha surpresa, seu irmão tinha assumido a docência. Eu nunca fui muito com a cara do Hugo, mas o que poderia fazer? Ele era o seminarista da igreja! Fiquei pasmo quando eu soube que aquele cara chato e antipático tinha sido promovido a seminarista.
Foram dois longos meses até que os primeiros problemas nas aulas da escola dominical começassem a aparecer. Eu não tinha o menor saco para moralismos religiosos. Estava no início da faculdade, vendo e revendo meus conceitos. Meus hormônios estavam à flor da pele e não havia Cristo que fizesse meu pau baixar quando me sentia atraído por um homem que me olhasse a fundo no ônibus, ou me cantasse durante uma chopada. Amanheceu num dia intenso de inverno. O seminarista Hugo resolveu que aquele domingo frio era dia de estudarmos sobre o apóstolo Paulo. Contou sobre como veio a se chamar Paulo, sua ida a Grécia, e tudo o mais. Mas quando ele chegou à Carta de Paulo aos Coríntios, foi enfático no capítulo 6, verso 10:
– “Não erreis: nem os devassos, nem os idólatras, nem os adúlteros, nem os efeminados, nem os sodomitas, nem os ladrões, nem os avarentos, nem os bêbados, nem os maldizentes, nem os roubadores herdarão o Reino de Deus.” – disse o seminarista, lendo o trecho da Bíblia.
Essa passagem não fazia o menor sentido pra mim, nunca me desceu. Passei a adolescência inteira tentando entender por que sodomitas e efeminados não entrariam no céu, e me martirizei durante anos. Era a minha chance de replicar. Levantei o braço e instiguei:
– Professor, eu não concordo.
– Como assim você não concorda? É a Bíblia!
– Tudo bem, mas não faz sentido. O ladrão não vai pro céu?
– Não.
– Mas não foi Cristo quem disse “Ainda hoje estarás comigo no Reino dos Céus” na cruz? E o cara não era ladrão?
– É, mas se arrependeu.
– Tudo bem, mas que era ladrão, era.
– É.
– Então o ladrão pode ir pro céu.
– Se se arrepender.
Mas não me satisfiz. Continuei a provocação.
– Professor, o senhor já mentiu?
– Todo mundo já mentiu.
– Então todo mundo vai pro inferno.
– Como assim?
– Os mentirosos também não vão herdar o reino de Deus.
– Onde você leu isso? Devassos, idólatras, adúlteros, sodomitas, efeminados, ladrões... Coríntios não fala de mentirosos! Podemos continuar?
– Mas em Apocalipse fala e eu acho que a gente tem que falar também dos mentirosos. Se ladrão não entra, mentiroso também não. E todo mundo mente. Não faz sentido.
– O que não faz sentido é você interromper a aula pra ficar desmentindo a Bíblia.
– Eu não estou desmentindo a Bíblia, professor, só acho que o senhor está enganado. Ou então, o irmão Joel foi pro inferno, porque além de ter traído a irmã Sandra, falava mal de todo mundo na igreja.
Foi a gota d’água. Eu toquei na ferida do seminarista. O irmão era falecido há poucos meses, e ele ficou extremamente furioso. A aula praticamente acabou, e eu acabei tendo que ficar pra conversar com ele a sós.
– Quem você pensa que é, moleque? Você acha que Deus se agrada disso? – questionou Hugo.
– Me desculpa, não devia ter falado do seu irmão, mas é que o que o senhor falava não fazia sentido pra mim.
– O que não fazia sentido?
– Que essas pessoas não vão pro céu!
– Mas não está escrito, irmão? A Bíblia não falha. Se está escrito, está escrito.
– Mas eu não me conformo com isso. O senhor me desculpe, mas não desce. Não vejo motivo pra Deus não perdoar uma falha humana. Não acredito num Deus tão cruel.
– Você acha que um bêbado pode ir pro céu?
– Acho.
– Pelo amor de Deus! Um idólatra pode ir pro céu, irmão? Responde.
– Sei lá, julgar não é pecado? Quem sou eu pra julgar. Se Deus quiser, pode, ora.
– Sabe o que eu acho, irmão? Acho que você ta querendo arrumar uma desculpa pra ir pro céu. É ou não é?
– Eu não sou idólatra, irmão.
– Mas bebe um pouquinho, não bebe?
– De vez em quando, mas não fico bêbado.
– Então qual o seu problema? Fala pra mim, irmão. Por que ficar questionando Deus?
– Eu não estou questionando Deus, estou questionando o senhor.
– Deve ter algum motivo... Ladrão eu acho que você não é, né?
– Lógico que não.
– Então fala pra mim, fala. – disse o seminarista incisivo, irado, olhando nos meus olhos, com as pálpebras em chamas – fala pra mim, irmão. Você ta com medo de ir pro inferno porque é sodomita. Não é isso?
– E se fosse?
– Eu sabia.
– Acho que isso não é da sua conta. O senhor não sabe de nada.
– É lógico que eu sei, rapaz. É lógico que eu sei.
O seminarista fechou a porta da sala, conferindo para ver se alguém se aproximava. Não havia ninguém. Como se tivesse uma pérola nas mãos, usava das palavras para me condenar.
– Se não é sodomita, é efeminado. – dizia.
E eu não cedia. Não respondia nem que sim, nem que não. Por dentro eu estava bastante furioso.
– Sabe o que eu acho, irmão. Acho que você gosta de homem.´
– Por que o senhor quer tanto saber isso?
– Sou teu professor, acho que eu devo saber. Pode confiar em mim, é segredo. É melhor que eu saiba do que a igreja inteira, não acha?
Senti uma ponta de ameaça, mas ignorei. Resolvi responder.
– Tudo bem, eu sinto atração por garotos. Mas e daí, não escolhi isso.
– Eu sabia, garoto. Sabia. E como é essa atração?
– Ah, depende.
– Depende de quê?
– Ah, depende do garoto, não é qualquer um.
– Você gosta de mais novinhos, mais velhos, como é isso?
– Geralmente mais velhos, mas não é regra.
– Até uns trinta anos ou mais?
– Até trinta, não muito mais velhos.
– Eu tenho vinte e sete. Eu estou dentro do perfil?
– Não entendi, irmão.
– Quero saber se você sente atração por homens como eu.
– Como o senhor sim.
– E por mim?
Dizendo isso, pegou minha mão e colocou em seu pau, rígido feito pedra. Eu nunca tinha visto o seminarista Hugo com outros olhos, e aquela situação me pegou completamente desprevenido. Eu estava com muita raiva daquele cara, mas subitamente minha raiva converteu-se. Transformou-se em tesão.
– Aperta, sem medo. – disse Hugo – Vem, se diverte com ele.
Eu massageava aquela rola ainda dentro das calças. Ele abriu cada um dos botões de sua camisa e eu caí de boca nos seus peitos, cheios de pêlos. Abri o zíper da calça dele e botei seu pau pra fora, que a essa altura já estava completamente melado. Comecei a masturbá-lo. Chupava seu peito e tocava uma punheta para o seminarista. Baixei minha calça e juntamos nossas picas, que começaram a se roçar. De frente um para o outro, o beijo foi inevitável. Tiramos nossas camisas e ficamos com as calças nos pés. A maçaneta na porta mexeu e, em seguida, ouviu-se uma batida.
– Tem alguém aí? – perguntou irmã Celina, a zeladora da igreja.
Emudecemos. Ela tornou a perguntar, posto que a porta estava trancada. – Sim, sou eu, irmã! – respondeu Hugo, vestindo-se – Estou trocando de roupa.
– Trocando de roupa aí dentro?
– É, irmã, vou pra uma festa agora e aproveitei e trouxe a roupa! Já estou saindo! – improvisou o seminarista, desesperadamente, com uma desculpa esfarrapada que não colaria em situação nenhuma, exceto pela contrarresposta da irmã Celina.
– Tudo bem, irmão Hugo, deixa a chave lá em casa então, é que eu preciso sair para ver minha mãe agora à tarde. Já estou atrasada!
Não poderia haver notícia melhor. A ameaça desaparecera! Hugo me perguntou se eu queria continuar ali mesmo, e eu, prontamente, respondi que sim.
Voltamos a nos masturbar reciprocamente. Nossos beijos eram muito intensos e nossas mãos procuravam qualquer resquício de pele que ainda não havia sido tocado no outro corpo. Estávamos ali com muita intensidade e o clima de proibido alimentava o prazer.
Quando estávamos nus, completamente nus, Hugo pediu pra que eu sentasse na mesa. Assim o fiz. E ele, resolveu mostrar a que veio, deixando claro o tipo de interesse por mim. De súbito, agarrou minhas bolas e começou a massageá-las. Primeiro com as mãos, depois com a língua. Lambia minhas virilhas e me chamava de “moleque”. Brincava com sua língua de percorrer o meu corpo, da virilha ao umbigo, dos mamilos, ao saco. Até que resolveu mesmo é cair de boca na minha pica. Hugo me mamava feito um bezerrinho faminto. Com certa dificuldade, tentava engolir minha vara grossa, mas não parecia reclamar do tamanho. Aos pouquinhos, era possível ver no chão os pingos de saliva que escorriam da boca do seminarista enquanto ele se deliciava com o boquete que me pagava.
– Ah, moleque safado. Que pica gostosa, garoto!
– Que delícia, maravilha! – eu me limitava a dizer, perdendo as palavras a cada sugada que eu recebia.
A garganta do Hugo era tão profunda, mas tão profunda, que era possível sentir a cabeça do meu pau esbarrar nas paredes de sua traquéia. Era como se meu pau, não tendo mais pra onde ir, tivesse que descer garganta abaixo. Eu nunca tinha sentido aquilo e não entendia como o cara não veio a vomitar.
– Chega! Para senão eu gozo. Deixa eu provar você um pouquinho. – pedi.
Coloquei o seminarista de costas pra mim, deitado sobre a mesa. Ele, de bruços, levou o joelho direito para perto do rosto, arreganhando-se completamente para mim. Seu rabo era convidativo. Era depilado, diferente do resto do corpo. Ou então naturalmente não tinha pêlo mesmo. O fato era que seu cuzinho se destacava no meio daquele par de nádegas redondinho. Sem hesitação, meti a língua nele. Primeiro lambia, lambia, lambia. Deixei a porta de seu cu completamente molhada com minha saliva. Saliva espessa, densa. Com as mãos, eu abria seu rabo e enfiava minha cara inteira naquele cu. Vez por outra aproveitava o relaxamento do músculo e introduzia um dedo. Às vezes dois. Em certo momento meti o polegar. Depois o outro polegar, ao mesmo tempo, de forma tal que conseguia abrir o cu do seminarista com os polegares e apalpar com o resto das mãos sua bundinha redondinha, que se encaixava perfeitamente à minha pegada. Quando eu vi que Hugo estava delirando de prazer, mordi a borda de seu buraco, e ele foi às nuvens! Gritou.
– Cala a boca! – ordenei.
Resolvi que agora eu estava no comando. De certa forma me sentia como se estivesse dando a revanche pelo tratamento que eu recebera na aula. Seu cu tinha um gosto de vingança e, como se sabe, a vingança é um prato que se come frio. Eu já contava com o tempo a meu favor. Era inverno, frio já estava. O prato estava servido e só me restava comê-lo. Firmei a língua e meti com força cu adentro. Hugo delirou. Comecei a penetrá-lo com minha língua, intensamente, dando tapinhas naquela bunda gostosa. Hugo rebolava na minha cara, enquanto eu me masturbava sentindo o gosto da vingança em minha boca.
– Você não disse que eu era sodomita? Então, professor, agora eu vou te sodomizar. E sem dó nem piedade.
Peguei uma camisinha na carteira e meti no pau. Com duas ou três cuspidas, meu pau já estava mais que lubrificado. Não foi com muito esforço que ele entrou bonito no cu do seminarista, que permanecia arreganhado sobre a mesa, recebendo meu cacete. De fato não tive pena do Hugo. Ele, tampouco, importava-se com isso. Ao contrário, empinava aquele rabo e eu, tesão à flor da pele, dava só de estocadas pra dentro dele. O barulho era alto. Seu rabo parecia gemer cada vez que me saco batia com força em sua bunda.
– Toma no cu, toma! Deixa o sodomita te comer gostoso. – brinquei, irônico.
Quando já estava quase gozando, mandei ele deitar-se mais pra frente, na mesa, de maneira que sua cabeça se aproximasse da borda. Fui pro outro lado e retirei a camisinha. Com a cabeça pendendo, Hugo não tinha outra escolha a não ser sustentá-la agarrando-se ao meu pau. Tornou a me chupar e dessa vez não tive muita paciência. Perguntei se ele queria leitinho e, como ele estava bastante ocupado, não pôde falar. Balançou a cabeça, de maneira afirmativa, e então tirei sua boca do meu pau. Agarrei o seminarista pelo cabelo, dei dois tapas em sua cara e mandei ele colocar a língua pra fora. Foram três jatos fortes de esperma que foram certeiros em sua cara. O último deles escorreu pela língua. Os outros, que vieram depois, foram mais fraquinhos. Por isso eu limpava meu pau no rosto do seminarista, tentando tirar a porra que escorria devagar pela glande. Hugo não colocou a língua pra dentro para não sentir o gosto de meu leite. Em compensação, sua barba preta e espessa ficou completamente lambuzada com a esbranquiçado do meu esperma escorrendo por entre seus pêlos faciais. Aquele rostinho branco, de nariz afilado e rosto marcado de acne, terminou a cena completamente ultrajado. Porém, ele mesmo deliciando-se com o ultraje. Quando Hugo saiu da mesa, deixou um rastro de esperma na superfície. Tinha gozado sem sequer se tocar. Limpou a língua e o rosto nas mangas da camisa, assim como a mesa. Vestiu-se, dobrando as mangas para esconder a roupa melada.
A transa com o Hugo foi uma das mais intensas que tive até hoje. Tanto, que repetimos a dose no domingo seguinte. E depois, no outro, e no outro, e no outro. Hugo e eu decidimos namorar depois de um mês transando nas dependências da igreja. Ora trepávamos na sala de aula, ora o gozo era às custas de uma rapidinha no banheiro. À noite, os corredores externos eram o palco do nosso prazer, principalmente aos domingos. Se não transássemos de manhã ou de tarde, certamente tinha foda depois do culto, depois que todos iam embora. O corredor externo era de fácil acesso. Qualquer pessoa que estivesse na rua conseguia entrar ali. Passamos por poucas e boas tentando nos esconder de outros casais que eventualmente se roçavam dentro dos muros da igreja.
O fato é que aos pouquinhos começou a brotar um sentimento gostoso entre nós dois e o Hugo acabou se apaixonando por mim. Em certa medida eu correspondia ao seu sentimento, porque fui percebendo que ele – antes chato, soberbo, petulante – era um cara legal que apenas deslizava em sua insegurança com relação à sexualidade. Pois bem, foram seis meses de um namoro às escondidas, uma relação muito intensa e recheada de muito sexo. Mas todo carnaval tem seu fim. Pouco antes de completarmos seis meses de namoro, Hugo começou a mudar seu tratamento em relação a mim. Passou a ser mais frio, mais seco, e nossos domingos passaram a ser vivenciados cada um para seu lado. Nunca apareceram tantos compromissos dominicais na vida dele e, a cada domingo, ele era bem menos criativo em inventar mais uma desculpa para não nos vermos e... Sim, eu poderia tê-lo chamado para uma conversa, mas me contive. Antes tivesse conversado. Em um dos domingos surpreendi a Natália – aquela que me convidaria para ser padrinho de seu casamento anos mais tarde – conversando curiosa e em tom comemorativo com uma tal de Rafaela. Essa Rafaela era uma beatinha pão-com-ovo, do estilo ex-funkeira-pagodeira-ou coisa-que-o-valha. Dizia-se “convertida” para pagar os pecados que os outros diziam ser pecado. E agora, a santa-do-pau-oco estava conversando com a Natália, muito animada com a chance que o Hugo tinha dado para ela. A Natália, cupido da turma, trataria de promover o encontro fatídico entre a tal Rafaela e o... Hugo!? Não consegui me controlar e acabei desabafando com a Natália, expondo a ela a situação e pedindo, pelo amor de Deus, que não influísse no encontro dos dois antes de eu conversar com o Hugo. Ela, surpresa com toda a situação e, sendo minha amiga, atendeu. Não tardou para que eu chamasse o Hugo para esclarecer aquela situação e no mesmo dia nos encontramos.
– Eu te amo, cara, mas não dá mais pra gente continuar.
– Por que não, Hugo?
– Você sabe que não é certo, é contra a lei de Deus.
– Traição também é contra a lei de Deus, porra! – gritei, nervoso. – Você está me traindo, traindo meus sentimentos por você. Eu acreditei em nós dois, eu me dediquei a você e...
– Eu ia te contar!
– O caralho! Pra cima de mim, não. Me fez de besta, todo engraçadinho pra cima daquela crentezinha filha da puta!
– Dá pra se acalmar? Dá pra controlar essa boca?
– Cara, como você faz isso comigo? – disse, chorando. – você não entende!
O Hugo era muito inseguro. Muito! Provavelmente suas leituras fundamentalistas dos textos da Bíblia o fizeram repensar sobre o nosso relacionamento. Primeiro veio a frigidez, depois esse lance com a Rafaela.
– Nas minhas costas, cara? Nem de mulher você gosta... – argumentei.
– A gente pode continuar. Não tem problema. Eu só não posso mais namorar você.
– Eu não acredito nisso! Você tem noção do que está me propondo, Hugo? Que mar de hipocrisia é esse em que você nada? Sai dessa, cara. Pra mim não dá, não dá. Não agüento mais viver escondido, no subterrâneo da vida, fingindo ser o que não sou. Ou você está comigo, ou não está.
– Por favor, ninguém precisa saber.
– E você acha que ninguém percebe, seu retardado?
– Eu não sou gay, cara. Ninguém sabe de mim.
– Não sabia. A Natália agora sabe! A gente conversou. – sem querer acabei expondo o nome da menina na conversa. E a coisa esquentou.
– Você não tinha o direito de... eu não te autorizei! – disse ele, aos berros.
– Teu armário é de vidro, Hugo. Com o tempo, todo mundo vai perceber.
Hugo, sentindo-se ameaçado, no auge de sua insegurança, replicou.
– Antes de saberem de mim, saberão de você.
Não preciso dizer aqui o que aconteceu. Não demorou até o domingo seguinte para que a igreja inteira estivesse aos cochichos sobre a minha sexualidade. Olhos que nunca me perceberam passaram a me olhar, me apontar e, desapontados, condenavam-me ao inferno como se eu fosse o pior dos pecadores.
Eu, por mim, não estava nem aí para cara feia. Olhos por olhos não matam. O que mata é o que sai pela boca, já dizia o próprio Cristo. E o que deveria ser o “corpo” de Cristo – a Igreja – acabava se reduzindo a um único membro: a língua. O disse-me-disse se alastrou por entre os crentes e todos se afastaram do meu convívio e do convívio com a minha mãe. Hugo tinha feito o inferno naquele lugar. Eu virei a putinha da igreja. Ouvia tantas barbaridades, tantas, que não sei de onde brotavam tantas histórias eróticas. Provavelmente da mente de um povo mal resolvido, reprimido em seus desejos. Minha mãe não suportou a situação e, para salvar sua vida, ela aceitou sair da igreja e se afastar daquela gente. De lá guardo poucas recordações e raríssimas amizades. Uma delas é a da Natália, que manteve contato conosco durante o nosso exílio babilônico.
– Espera. Eu quero falar com você. – insistiu o pastor Hugo, ainda na saída da igreja.
– Desculpe, pastor, mas acho que não temos nada pra conversar.
– Não, nós temos sim. Vem comigo, por favor.
Acabei cedendo e, sem mesmo cumprimentar os noivos, acompanhei Hugo até um local mais reservado. Eu estava completamente emocionado, mal conseguia concatenar sílaba com sílaba. Ele, não muito diferente.
– De tudo o que eu posso dizer ou fazer, quero apenas uma coisa: te pedir perdão! – implorava.
– Não tenho o que te perdoar, pastor. – respondi, frio.
– Não precisa me chamar de pastor, dispenso essa formalidade contigo.
– Mas é o que o senhor é pra mim. Aliás, pra essa gente toda. Um pastor, não mais que isso.
– Eu não estou pedindo pra ser mais que isso, eu estou apenas te pedindo perdão. Sei que errei com você e estou arrependido. – e riu, riu compulsivamente.
– Não estou entendendo, qual a graça?
– Não me leve a mal, estou nervoso, só isso. Estou rindo de nervoso! – e continuou rindo, tentando se conter.
– Eu vou embora! – respondi, revoltado.
– Não, por favor. Vamos terminar de conversar!
– Não, eu vou embora, vou pro salão de festa. Essa conversa não faz o menor sentido.
– Tudo bem, vamos até o meu carro, a gente conversa, e depois cada um segue seu rumo. Pode ser?
– Tudo bem, pode ser.
Chegando no carro, Hugo foi do riso ao choro. Contou-me sua história, seu casamento, sua vida infeliz, o divórcio com a tal da Rafaela. Disse o quanto se sentia arrependido por ter me feito sofrer, que ainda era apaixonado por mim, que sempre me amou, e que não agüentava mais de saudades e muito bla-bla-bla. Perguntei a ele por que ele nunca me procurou para se desculpar, já que se arrependera, e ele dissera que não sabia de mim.
– Mas a Natália tinha contato comigo. – repliquei.
– Ela nunca me disse, juro. Não tinha como perguntar a ela, entende? Seria constrangedor demais!
E assim prosseguiu nossa conversa, e eu cheguei a ficar comovido com sua história triste. Quando eu contei o sofrimento que minha mãe e eu passamos, minha emoção aflorou e eu acabei chorando. Hugo se aproximou para limpar uma lágrima que insistia em correr pelo meu rosto. Não se conteve com a iniciativa de enxugar a lágrima. E me beijou.
Eu recusei, tentei afastá-lo. Mas ele insistiu tanto, que eu acabei cedendo. Seu beijo parecia muito mais maduro, mais experiente. No auge de seus trinta e tantos anos, seu corpo mais robusto, e impecável em seus trajes, parecia bem menos inseguro. Prato cheio para as fantasias mais eróticas de um adolescente em masturbação. No carro, os beijos ficaram ainda mais intensos. O que restava das lágrimas misturou-se ao suor que começou a escorrer de nosso rosto, de nosso corpo, à saliva que decorava nossos pescoços, ouvidos, queixo. No estacionamento da igreja, estávamos privados de qualquer perturbação. Era início de festa e não tinha ninguém que pudesse nos atrapalhar com algum farol alto mais ousado e curioso. Fomos para o banco de trás do carro e acabei baixando minha calça. Hugo, completamente reprimido em sua libido, via no meu pau a oportunidade de recuperar o tempo perdido. Por isso, não demorou muito para que caísse de boca e me fizesse delirar com seus lábios engolindo minha rola. Eu socava aquela boca com força, com vontade, e ele engolia até o talo, sem reclamar. Ele, ajoelhado, quando parava de me chupar, recebia um belo puxão de cabelos e uma surra de pica na cara. Numa dessas vezes em que bati com a rola em sua cara, punindo-o, ele não agüentou de tesão e gozou. Fiquei meio puto com o fato e disse que agora ele teria que me fazer gozar, de um jeito ou de outro. Eu, como já estivesse meio enjoado daquela chupação, falei que queria comê-lo. Ali, no carro mesmo. No começo ele foi resistente, mas com uma linguada em seu ouvido ele acabou cedendo. Abriu suas pernas de frente pra mim e, sem muito esforço, iniciou uma cavalgada muito gostosa, sedenta, máscula. Seu pau, embebido em esperma, não baixava mesmo depois de ter gozado. Não obstante, sujava meu corpo e parte da minha roupa com o resto de seu leite. De tanto meter em seu rabo acabei gozando litros dentro dele, ao som de urros de ambas as partes. Imediatamente depois do gozo, ele se deitou sobre mim e adormeceu, relaxado.
Já no meio da festa, meu celular tocou. Era Natália, perguntando onde eu estava, que não tinha ainda me visto e tal. Inventei uma desculpa qualquer e me aprontei dentro do carro. Acabei me limpando com a roupa do Hugo, que decidiu não ir pra festa. Então nos despedimos e eu parti pro encontro com a Natália, ainda meio mexido com tudo o que tinha acontecido. Essa foi a última vez que vi o Hugo. Até hoje penso nesse cara. De verdade, não sei se consegui perdoá-lo. Ele deixou seus contatos, e tal, mas nunca quis procurá-lo. Apesar de fuder gostoso, talvez ele não merecesse mais a minha atenção. Eu me dei o direito de me valorizar. Das muitas histórias que eu tive, essa foi uma das que não terminou com final feliz. Terminou sem ter fim, incógnita, inglória, perdida entre os muitos picos de prazer e as permanentes lembranças das mágoas.

O Segredo Sagrado Parte II


De Joelhos para o Padre
O encontro do padre com um estudante no Centro do Rio de Janeiro é mais um conto da série Segredo Sagrado, do escritor Peter Cummer.
por Peter Cummer
Eu estava no início da faculdade quando completei vinte e um anos. Nessa época eu havia tido pouquíssimas relações com homens. Minha iniciação com o filho do pastor me deixou algumas impressões negativas a respeito da expectativa do tesão a ser correspondido. Mas, por outro lado, o episódio que narrarei a seguir veio romper com qualquer frustração acerca do tesão do outro.
Era ainda de manhã quando eu percorria as ruas do Centro do Rio de Janeiro em busca de livros para a faculdade. Já estava desanimado de tanto procurar o livro do qual eu precisava. Ao sair de um dos sebos, já desapontado, cruzei com um cara de meia idade. Deveria ter uns 40 anos ou um pouco menos. Cabelos grisalhos e um corpo bem atraente. Olhos pretos, tinha barba e também pêlos sobressalentes nos braços. Foi inevitável olhar para trás e quando virei para conferir o produto, estava lá ele parado, na porta do sebo, acompanhando–me com o olhar. Fiquei sem graça e entrei numa lanchonete de esquina. Quando ainda fazia meu lanche, senti um braço se encostar ao meu, e um corpo se aproximar de mim, por trás, pedindo à atendente um suco de uva.
– Você gosta de quibe? – Disse o sujeito que, para minha surpresa, era o mesmo homem que passou por mim no sebo.
– Gosto, respondi.
– E está gostoso?
– Sim, está. Está quentinho!
– Então vou te acompanhar. Pode trazer um quibe pra mim também, por favor? – E sentou–se ao meu lado, puxando assunto como se me conhecesse há muito tempo.
Eu não quis deixar transparecer, mas estava completamente excitado! Aquele homem que aparecera do nada, feito mágica, ressurgiu atrás de mim e iniciou um assunto qualquer enquanto me penetrava com seu olhar. E era justamente seu olhar que me deixava consternado, sem chão, de pau duro. Quando acabamos o lanche, ele foi bastante direto comigo. Perguntou se eu não estaria disposto a acompanhá–lo num passeio pelo centro do Rio, ao que eu respondi afirmativamente. A essas horas, esqueci completamente do livro de que precisava e me peguei prestando atenção em fachadas, construções, avenidas. Estávamos na Candelária, quando ele me convidou para conhecer a famosa igreja diante da qual ocorrera uma grande e famosa chacina, que dizimou centenas de moradores de rua. Entramos na igreja e ele me explicava cada detalhe. Perguntou–me o que eu achava de toda aquela estrutura, e eu, muito mais acostumado com a estética de templos evangélicos, respondi com um certo desdém, embora estivesse impressionado. Perguntei a ele como ele sabia de tantos detalhes, e foi aqui que ele me revelou um pequeno grande detalhe de sua vida.
– Tirando o fato de que sou padre, tenho completa paixão por arquitetura religiosa.
– Você é o quê?
– Apaixonado por arquitetura religiosa...
– Não, não. Digo, antes...
– Ah... padre!?
– Sim.
– Sim, sou, por que o espanto?
Ora, e por que eu deveria me espantar? Poderia simplesmente ser um homem gentil que passou por mim na rua e se tornou um amigo. Preferi pensar assim porque, de outra forma, eu estaria completamente constrangido. Aliás, eu já estava me sentindo encabulado por pensar que o sujeito, de alguma forma, me olhara com outros olhos. E prosseguimos o nosso passeio, eu e meu novo amigo padre.
Quando saímos da Igreja da Candelária, percorremos muitas outras ruas do centro do Rio até que lembrei que precisava adquirir meu livro. Acabei encontrando um exemplar num sebo da Avenida Gomes Freire. E então, teoricamente, minha aventura teria terminado.
– Agora que você já encontrou o que queria, podemos descansar um pouco?
– É, já é tarde. Vamos indo, então? – preparei para me despedir – Acabou que você nem disse seu nome...
– Rômulo!
– Prazer, Rômulo! – e também me apresentei. – Obrigado pelo passeio.
– Tá indo pra casa, agora?
– É, tô sim.
– Não tá a fim de descansar comigo?
– Como assim?
– Vamos andando e eu te mostro.
Com certo temor, aceitei a proposta. Enquanto andávamos pela calçada, cerca de dois minutos decorridos do diálogo anterior, Rômulo me surpreende novamente. Repentinamente, entrou por uma porta que, para meu espanto, era um hotel. Emudeci.
– Uma suíte simples, por favor! – disse ele ao recepcionista.
– Mas você não é padre?
– Padre, homem, e tantas outras coisas mais... você não quer descansar comigo?
– Tudo bem.
Subimos para a suíte e eu não sabia o que esperar daquele homem. Ele me dava uma lição de visão de mundo e eu talvez não estivesse preparado para lidar com um religioso tão libertário a ponto de entrar num hotel com outro homem. E logicamente a última coisa que Rômulo queria fazer era descansar. Tampouco eu o queria. Mal chegamos no quarto e ele me segurou pela cintura com uma das mãos e com a outra, meu pescoço.
– Você é muito gostoso, sabia? – me disse o padre, com cara de safado.
– Cara, nem sei o que dizer.
– Não diz nada. Faça.
Começamos a nos beijar e eu já podia sentir o volume do pau do padre se engraçando contra meu corpo. Beijávamos feito dois adolescentes repletos de hormônios! Rômulo me beijava de uma forma muito experiente para um padre. Sua língua passeava por dentro da minha boca. Ele sugava minha língua com seus lábios molhados, intensamente molhados, e beijava–me o pescoço com sua barba espessa e cheirosa. Aos pouquinhos seu perfume era substituído por um cheiro forte, um cheiro de homem, cheiro de suor, de tesão. Ele desabotoou a blusa tão rapidamente que chegou a cair um dos botões. E eu aproveitei e fiquei só de cueca. Rômulo, ainda de calça, enfiou a mão pelas minhas costas, desceu por dentro da minha cueca e agarrou forte a minha bunda. Nesta posição, aproveitava para me puxar contra seu próprio corpo, fazendo com que eu pudesse sentir com mais intensidade o latejar do seu pau.
– Ajoelha! – ele ordenou. E eu ajoelhei, não sem antes rir da ironia que era o pedido do padre naquele momento.
– Quer que eu me confesse agora?
– Quero que você me confesse todos os seus pecados.
– Confesso. A começar por este...
Baixei o zíper da calça do Rômulo e toquei sua cueca melada. Primeiro com a mão. Depois com a boca.
– Ajoelhou? Agora reza! – disse ele como quem dissesse: "Chupa". E eu comecei a "rezar".
Puxei aquela pica úmida para fora da cueca e comecei a sugá–la. Passei a língua pela cabeça e não tardei muito para engolir cada centímetro daque piroca grossa e curva. Seu pau era daqueles pesados, que fazem peso e volume em qualquer cueca. Além disso, Rômulo era dotado de um par de ovos absurdamente avantajados. Eu mal conseguia mamar aquele cacete porque ele atolava na minha boca. Era muita carne para ser devorada, mas eu insistia.
Decidimos ir para a cama. Ele deitou de pernas abertas e pediu para que eu continuasse a boquetar sua pica. Eu me masturbava enquanto ele tentava, com uma das mãos, batia com a piroca na minha cara. Com a outra, tentava alcançar meu rabo. Percebendo sua intenção, facilitei a investida! Empinei em sua direção e logo senti seu dedo penetrar meu cu de maneira bastante gentil. Melava–o com com saliva e passava na portinha. Molhava mais um pouco e entrava mais um pouquinho. Sem que eu percebesse, já eram dois dedos que se acomodavam confortavelmente no meu rabo, que se abria, ávido, sedento, a cada estocada que o padre dava com os dedos das mãos.
– Agora deixa eu sentir teu gosto! Deixa eu provar você.
– À vontade, sou todo teu.
– Deita de bruços e empina o rabinho. Isso! Empina mais. Assim...
Rômulo abrir meu rabo com as duas mãos e como se estivesse com muito desesperado começou a linguar meu cu. Sua língua dura massageava meu rabo ao mesmo tempo em que também ela me penetrava, e eu ia às nuvens! O padre cuspia e lambia, cuspia e lambia. E eu já estava quase gozando de tanto prazer sentir. Foi então que ele se deitou sobre mim.
Senti todo o seu corpo pesar sobre o meu e sua barba roçar o meu cangote. Rômulo dizia que era assim que eu conheceria o que era homem de verdade. Mordia minha nuca enquanto seu mastro tentava achar espaço no vão do meu rabo. Eu rebolava. E ele dizia que queria meter. Perguntou–me se eu tinha camisinha e eu não tinha. Acabamos pegando uma que o hotel oferecia.
O padre deitou–se sobre mim novamente, recuperando a mesma posição de outrora. Mas dessa vez, sabia que ele estaria dentro de mim. Foi à base de muita saliva que senti seu pau rasgar–me por dentro, e com estocadas fortes e profundas eu delirava de dor e prazer. Não estava mais ali o homem gentil, de hábitos gentis, de dedos gentis. Estava ali um homem com H maiúsculo, um homem que cheirava a homem, que suava, que gemia, que xingava, que não queria saber o quão elástico era meu cu. Ele penetrava, e o fazia com força. Mas a dor não era ruim, não. Tanto foi assim que não me importei em ficar de quatro para que ele se saciasse.
– Toma piroca, cachorra! Toma no cu.
– Me come, meu macho. Come o rabo do teu moleque.
– Vadia!
– Safado!
– Rebola, putinha... rebola.
– Isso, fode gostoso... que delícia cara.
Eu já estava a ponto de gozar. Não aguentava mais. Disse pra ele que iria gozar e ele, percebendo meu cansaço notório, compadeceu–se.
– Tá cansado, safado? Tá cansado de tomar no cu?
– Sim, vamos gozar, por favor.
– Então ajoelha de novo.
Rômulo tirou o pau de dentro de mim e eu ajoelhei, obedecendo–o. Ele tirou a camisinha e agarrou–me pela nuca, dizendo que iria me dar leite. Ele disse que esta era a sua fantasia e que nunca conseguira fazer isto com ninguém. Sabendo disto, meu tesão explodiu e eu já não tinha mais como me conter. Eu era o objeto de desejo daquele homem. Saber do prazer que eu lhe proporcionava aumentava ainda mais aquele que eu sentia. E foi assim que aquele homem de cabelos grisalhos e barba preta entregou–se à carne por inteiro e concretizou sua fantasia. Eu, ajoelhado aos seus pés, agarrado pela nuca, sentindo os pêlos dos seus braços passeando em meu rosto, sentindo seus dedos ainda melados abrirem minha boca... e ele, em pé na cama, tocando forte o seu membro, tendo minhas mãos em sua cintura e meu corpo todo à sua frente, à sua inteira disposição. Rômulo encheu minha cara de leite, e eu acabei gozando em seguida, sentindo escorrer o líquido do prazer do padre pelo meu rosto e corpo. E então, depois do prazer, nos deitamos embebidos em porra e pudemos relaxar e denscansar do nosso passeio. Até hoje mantenho contato com Rômulo, que se tornou meu amigo. Ele ainda é padre, mas continua a transgredir a regra da castidade. Talvez porque ele ouse pensar, uma raridade entre os religiosos do nosso tempo.

O Segredo Sagrado Parte I

O Filho do Pastor
Este é o primeiro conto da série “Segredo Sagrado”, por Peter Cummer. Os temas giram em torno de tabus religiosos e pessoas que vivem divididas entre o prazer da carne e a moral da Igreja.
por Peter Cummer
Eu tinha 16 anos quando meus pais se separaram. Eu me encontrava completamente perdido em meio a essas relações familiares em crise, motivo pelo qual comecei a buscar na espiritualidade uma solução equilibrada para minha adolescência conturbada.
Perto da minha casa havia uma igreja evangélica pentecostal, cuja denominação é uma das mais famosas do Brasil, provavelmente a maior. Rapidamente me envolvi com as atividades nos cultos e aos poucos minha mãe e eu tornamo-nos frequentadores assíduos das reuniões dominicais, estudos bíblicos e eventos. Ela, muito debilitada em função da separação, recebia semanalmente as visitas pastorais ou dos demais clérigos que se reuniam habitualmente nos lares daqueles mais necessitados. Foi assim que ela se tornou amiga da esposa do pastor e este, por sua vez, junto com a mulher, passaram a frequentar minha casa. O casal possuía dois filhos, Elias e Jônatas, sendo este último bastante moço, e o primeiro, dois anos mais velho do que eu. Todos os domingos eu o via tocando bateria durante os cultos e também muito envolvido com os acordes musicais das reuniões. Depois de alguns meses, passei a admirar o trabalho do Elias e assim começamos uma amizade bastante saudável. Com frequência eu recebia aulas amadoras de bateria e de teclado, muito embora nunca houvesse me interessado por música antes.
Com algumas semanas já havíamos nos tornado grandes amigos, Elias e eu – adolescentes tornam-se grandes amigos em questão de dias! – e ele passou a frequentar minha casa, mesmo quando seus pais não visitavam minha mãe nas reuniões semanais. Foi num domingo de manhã, depois da escola dominical, que decidimos estudar teclado na minha casa. Ele levou o instrumento da igreja e começamos a treinar após o almoço servido por minha mãe. Logo depois da refeição, minha mãe precisou sair para visitar irmãs da igreja, e aí ficamos sozinhos, Elias e eu, dentro de casa. Perguntei ao meu amigo se ele não queria tomar um banho, ficar mais à vontade, colocar uma bermuda, enfim, e ele aceitou a ideia do banho. Contudo, declinou da ideia da bermuda porque, segundo ele, não estava acostumado a trajar roupas “do mundo”. Eu o emprestei uma camisa mais fresca e resolvi tomar o meu banho. Não havia toalha no banheiro e fui obrigado a gritar Elias para que ele me desse a toalha que eu o havia emprestado. Imaginei que ele fosse esperar que eu acabasse de tomar banho para me dar a toalha, mas quando dei por mim, Elias já estava dentro do banheiro com a toalha nas mãos. Quando saí de baixo do chuveiro e abri os olhos, estava ele lá, com um sorriso no rosto e a toalha estendida para me entregar. Eu tomei um susto, e por um segundo esqueci que estava completamente nu. Como num piscar de olhos, ao reconhecer a nudez, tentei cobrir meu pau com as mãos, em vão. Eu, bastante constrangido, agradeci pela toalha, e ele, muito confortável, retribuiu o agradecimento com um “de nada” e deixou o banheiro.
Na sala começamos a dedilhar alguns acordes no teclado. Era um dia muito quente e o ventilador não estava dando vazão. Mal saí do banho, comecei a suar. De maneira semelhante, Elias, que me surpreendeu ao tirar a blusa e ficar desnudo de peito. Quando vi aquele corpo jovial, não tive como disfarçar a atração e acabei desviando o olhar para não dar na telha. Elias era magro, mas com um tórax definido e sem gordura nenhuma. Abaixo do umbigo, seu corpo desenhava duas linhas a partir dos quadris, como se estivessem apontando para sua genitália. Essa marca em “V” em homens sarados sempre me chamou atenção, e ele possuía essa característica. Nunca podia imaginar que por baixo daquela roupa social mal acabada escondia-se um corpo tão bem desenhado. Jovem ainda, sem muitos músculos, mas incrivelmente atraente. Sem blusa, pude ver que entre seu umbigo e a calça larga demais que ele vestia – a ponto de descer quase até a púbis – traçava-se um espesso caminho feito de pêlos, como que direcionando o olhar do umbigo para dentro das calças. Elias parecia não se depilar. Obviamente não se depilava, se as próprias mulheres evitavam essas práticas consideradas como “vaidade”, haveria um homem de ousar raspar os pêlos do corpo? Foi bastante difícil prestar atenção aos acordes depois que aquele garoto, de bigodinho ralo e pentelhos aparentes, despiu-se parcialmente diante dos meus olhos.
Apesar de eu achar bastante esquisito o fato de ele se recusar a usar bermudas, mas tomar a atitude de ficar parcialmente desnudo, preferi não perguntar. Sobretudo depois de ele ter se mostrado cansado de dedilhar acordes e ter deitado no tapete da sala. Preferi admirar a cena que se revelava sob aquela tarde.
– Cansou, irmão? Perguntei a ele, usando-me do pronome inerente à comunicação entre evangélicos.
– É, irmão, o almoço da sua mãe deu uma canseira... Vamos descansar um pouquinho e a gente recomeça depois das três.
– Tudo bem, quer que eu pegue um travesseiro?
– Não precisa, pô. O tapete mesmo resolve.
– Então deixa eu tirar um cochilo aqui no sofá também. Daqui a pouco a gente retoma.
Passados alguns instantes, Elias interrompeu o silêncio:
– O que você achou da escola dominical hoje?
– Uma bênção. O diácono Joel é um homem muito usado por Deus! – respondi.
– O mundo tá perdido mesmo, irmão. Pecado sobre pecado. Muita gente tá precisando da Palavra.
– Verdade.
– Você vê só. Viu o que o diabo tá fazendo com a humanidade? Essa prostituição, esse homossexualismo, onde é que isso vai parar? – interrogou Elias.
– É o Juízo Final chegando, irmão.
– Homem com homem, mulher com mulher...
– Que nojo! – completei, pra não discordar do filho do pastor.
– Uma abominação aos olhos de Deus! A Bíblia diz...
– Será falta de vergonha? – Interrompi.
– Acho que é demônio, irmão. Só muita oração pra tirar o espírito do homossexualismo.
– E força de vontade, irmão. A carne é fraca, mas o espírito é forte.
– Uma coisa é certa: não deve ser moleza resistir à tentação. – Retrucou Elias.
– É, deve ser muito difícil mesmo, irmão.
– Deus ama o pecador, mas abomina o pecado!
– Glória a Deus!
– Amém.
A partir daquele instante, Elias começou a engatar versículo após versículo. De Levítico a Coríntios, todos eles versos supostamente condenatórios da homossexualidade. Eu, enquanto neófito e pouco instruído, limitava-me a concordar ou a exclamar alguma frase de aprovação ou de louvor a Deus! Comecei a perceber a insistência dele neste assunto, mas a princípio estava muito mais preocupado em admirar o corpo do meu amigo semi-desnudo em segredo do que contestá-lo. Mesmo porque no fundo eu concordava com ele. De fato a aula da Escola Dominical discorreu sobre os pecados carnais, dentre os quais a homossexualidade - ou “homossexualismo”, como preferiam dizer - era o mais notório. Notório também era o incômodo desse assunto para Elias, que insistentemente reproduzia o discurso do diácono Joel. Comecei a achar aquilo um pouco estranho. Após uma bateria de versículos, Elias silenciou e, logo em seguida, tornou a dialogar.
– Você acha que os homossexuais vão pro inferno?
– Na Bíblia diz assim, não diz?
– Dizer, diz, mas... cara, deve ser muito ruim arder no inferno eternamente. Será que esses caras não pensam nisso quando escolhem essa vida?
– Eu não sei, Elias.
– Você acredita que Deus pode perdoar esse pecado, cara?
– Por que você está me perguntando isso?
– Porque... deixa pra lá.
– Fala.
– Porque... vamos supor... um cara que gosta de mulher, de repente comete um ato homossexual... se ele se arrepender, será que Deus perdoa?
– Acho que perdoa, irmão. Se for de verdade, perdoa.
– Hum... eu também acho.
–Agora me conta – intervim – por que a pergunta?
– Por isso...
Elias levantou-se do tapete e me deu um beijo na boca.
– Sai fora, cara!
– Por favor, deixa, depois a gente se arrepende.
– Não, cara, não é certo! – tentei evitar, com medo do inferno.
– Você não disse que se a gente se arrepender, Deus perdoa? Caramba, quero muito te beijar, deixa... ninguém vai ver, é só agora.
– Só agora? – perguntei.
– Só agora.
Começamos a nos beijar ali no sofá. Eu nunca havia beijado um garoto antes, embora eu me sentisse atraído por homens. Sempre pensei que meus desejos pudessem eventualmente mudar, que fossem passageiros, que fosse apenas uma fase adolescente. Elias, por sua vez, encontrava-se notoriamente em conflito interior. E tudo levava a crer que desde o banheiro sua intenção era me dar um beijo. Mas agora, o beijo era apenas o início...
Deitado no sofá, eu recebia os beijos de Elias, que de joelhos beijava meus lábios enquanto uma de suas mãos apertava o volume de minha bermuda. Com a outra mão, masturbava-se de maneira insaciável! Fiquei sentado e Elias deitou-se sobre mim, beijando-me o pescoço e lambendo-me os mamilos. Pedi para que ele tirasse minha bermuda e ele o fez. Começou a bater uma punheta na minha vara, e eu, virgem, enlouquecia com a possibilidade de receber uma chupada. Não tive como resistir!
– Chupa aí, vai. – Pedi ao Elias.
– Você deixa?
– Com certeza, mama meu pau!
Elias caiu de boca no meu cacete. Sua boca deslizava sobre a cabeça da pica como se fosse algo muito, muito, muito desejado. Às vezes seu dente arranhava, mas eu o advertia e ele tornava a cair de boca, lambendo, como se quisesse aliviar-me a dor da mordida que me dera sem querer. Eu o segurava pela cabeça enquanto sua boca se abria involuntariamente para que meu pau a penetrasse. Quando já estava a ponto de gozar, avisei que o faria dentro de sua boca, e ele resistiu!
– Não! Agora é a sua vez!
– Nunca fiz isso, cara.
– Com o tempo você se acostuma, você vai gostar! – respondeu ele, bastante experiente, para filho de pastor evangélico, na arte do boquete.
Elias ficou de pé na minha frente, apresentando diante de mim aquele mastro enorme! Aquilo devia ter, por baixo, uns 18 ou 19 centímetros. O garoto tinha um saco absurdo! Parecia que acumulava porra há séculos! Em volta do pau, os pentelhos lhe desenhavam, à altura da púbis, uma cabeleira negra, ainda molhada pela água do chuveiro. Os traços de masculinidade dele me excitavam cada vez mais. Embora hoje eu deteste pêlos, naquela época a existência deles me fazia lembrar de algo que eu viria a descobrir ser meu objeto de desejo: homem. Por isso caí de boca no pau do Elias, desvirginando minha boca, aprendendo a chupar um homem. Neste caso, um garoto de dezoito anos.
– Ai... chupa! Isso, chupa, vai... ai, que delícia de boca!
E eu, como não tinha o que falar, de boca ocupada, limitava-me a gemer enquanto engolia seu cacete.
– Que gostoso! Meu Deus, que delícia... mama tudinho, cara! Me faz feliz, só hoje... engole esse pau até o saco!
Depois de lamber as virilhas do Elias e levá-lo à loucura, caí de boca em seu peito, que há horas eu estava desejando. Ele deitou-se no tapete e eu sentei em cima de seu pau. Estávamos completamente nus. A posição me favorecia para chupar seu peito. As lambidas começaram no mamilo esquerdo, mas acabaram em suas axilas... Lambi cada centímetro de suas axilas, que cheiravam a homem, cujos pêlos tornaram-se ainda mais molhados com a saliva que emanava de minha boca. Elias estava extremamente excitado. Eu podia sentir seu pau latejar na minha bunda. Tomei a iniciativa de perguntar-lhe se era para pararmos por ali ou continuar. Ele pediu pra continuar e eu, logicamente, aceitei. Nunca havia transado com ninguém antes, mas, como se diz em adágio popular, “a ocasião faz o ladrão”. E eu estava pronto a ladrar!
Molhei meu rabo com cuspe e procedi da mesma forma ao longo do pau do Elias. Aos pouquinhos comecei a enfiar a cabeça na portinha do cu. Doeu muito, muito. Ele me pedia calma, e eu cheguei a pensar em desistir. Mas o tesão falava mais forte, e eu decidi tentar relaxar com a cabeça dele dentro de mim, latejando. Quando a musculatura relaxou, enfiei mais um pouquinho, e a partir dali para entrar o resto foi uma questão de segundos. Após uns dois minutos não havia nem lembrança da dor. Sentia os pentelhos do Elias roçando minha bunda quando ele estocava seu pau até o talo dentro do meu cu. Nós dois éramos muito inexperientes, mas Elias tinha mais experiência que eu. Depois descobri que ele comia outros moleques da igreja, mas isso é história pra outro conto. Como não tínhamos muita experiência, não inovamos muito nas posições, e ficamos praticamente no papai-e-mamãe. Ou, pra ser politicamente correto, papai-e-papai. Eu cavalgava em seu mastro e parava os movimentos para beijar-lhe a boca. Tornava a cavalgar. Num desses beijos acabei não me contendo e meu pau explodiu um jato de porra que melou completamente nossos corpos. Elias ainda recebeu uma leitada no queixo. Gozei sem tocar no pau. E eu, gentil que era, não podia deixar meu amigo na mão. Comecei a rebolar naquela vara e ele começou a respirar forte, ofegante.
– Rebola gostoso, cara... ah! Que cu maravilhoso, irmão! Rebola pro teu amigo, rebola... Senta, putinho! Hmmm... ohhh... Ta gostoso, ta? Responde, safado...
– Ta gostoso, Elias! Que pica gostosa, cara! Me fode, vai, forte! Forte! Forte, porra! Isso... continua, forte, continua... ah... hum... vai... vai...
Rapidamente Elias jorrou litros de leite dentro de mim. Nossa transa foi muito intensa, e também muito irresponsável, pois nem pensamos na possibilidade de usar camisinha. Era muito constrangedor para um evangélico naquela época ser surpreendido com uma camisinha. Assim que acabamos de transar, fui beijá-lo, e ele esquivou-se. Fiquei puto e perguntei o que tinha acontecido. Elias se trancou no banheiro e começou a chorar. Dali, pediu para que eu devolvesse sua blusa e, vestindo-a, saiu da minha casa, com o cheiro do sexo ainda exalando sobre seu corpo. Nunca mais fomos amigos, infelizmente. Hoje Elias é casado, continua na mesma igreja, mas certamente vive uma vida dupla, porque está preso ainda aos dogmas religiosos. Sua consciência não é livre. Felizmente meu caminho foi outro. Não por desacreditar em Deus ou algo assim. Com o tempo fui me libertando dessas amarras religiosas. Mas mesmo assim, ainda haveria de esbarrar outras vezes com pessoas mal resolvidas em sua relação pessoal com Deus.